quarta-feira, 13 de julho de 2016

Formandos Regulares da Turma do Polo de Turvo: Alini Bordignon, Evandro Marques e Letiane Soares. Parabéns para nós que concluímos com êxito o curso de Física pela Universidade Federal de Santa Catarina.

sábado, 29 de novembro de 2008

TAREFA 7_LETIANE SOARES

De acordo com os autores podemos ver a nítida preocupação que ambos tem com vários assuntos como o neoliberalismo, a gestão de cuidados, as diferenças e os caminhos para se repensar a educação.
O neoliberalismo busca uma escola que qualifica o sujeito para o mercado de trabalho, ou seja, que padronize o ensino, numa educação alienadora, a uma determinada linha de pensamento, para que essas pessoas não tenham uma visão crítica da sociedade e uma concepção de mudança de mundo. As escolas tratam de temas que nada dizem aos jovens, silenciando sobre questões importantes que acontece na sociedade atual. Além de não encontrar respostas para o que lhe parece importante aprender ainda é obrigado a decorar. É esse tipo de ensino que a doutrina neoliberal quer implantar nas escolas. Um conhecimento e um conteúdo desatualizado, sem objetivo para os problemas contemporâneos, a “memorização” de assuntos irrelevantes, que não serve para modificar e resolver os problemas que a sociedade atual enfrenta.
Há outros pensadores que acreditam que a escola deve ser renovadora e ativa, demonstrando a importância da integração social e do trabalho cooperativo entre as crianças tornando os alunos autônomos e reflexivos.
Eles falam que a instituição escolar na contemporaneidade tem sido motivo de reflexão de muitos, pois permite estabelecer as relações de poder presente nas escolas, a padronização do ensino que conseqüentemente torna a educação alienadora e ideológica e as transformações contemporâneas em meio ao sistema neoliberal. Doutrina esta que defende o capital e o livre mercado prega a redução do papel do Estado nas ações sociais, investe no individualismo, estimula o consumismo exacerbado e a competitividade. Outro elemento que marca esse tipo de política são as posições hierárquias.
Para tanto, tem-se percebido as transformações sociais em que se encontram relacionadas: a mundialização do capital; o progresso da ciência e da técnica na construção de máquinas mais eficientes e produtivas, em conseqüência disto, o agravamento de velhos problemas como a devastação da natureza; a exclusão social; a proliferação da violência e do individualismo em razão da competitividade e do desemprego no mercado de trabalho, e a adaptação de uma nova educação nas instituições escolares; a “produção” e “qualificação” das pessoas para o mercado de trabalho.
É fundamental que a sociedade tenha uma posição teórica do que vem por trás das ideologias dominantes, porque só o conhecimento proporcionará uma posição diante desta relação de poder, que muitos países utilizam para obter uma renda financeira maior nos seus produtos industrializados. E que certos tipos de equipamentos tecnológicos utilizados nos campos, pelos países dominantes podem causar grandes problemas ao ambiente.
Existem escolas reprodutoras da desigualdade social e alimentadoras do sistema neoliberal, como também escolas que procuram desenvolver em seus alunos uma perspectiva da realidade em que vive. O importante é que educadores tenham conhecimento sobre essa relação de poder, de dominação, de padronização do ensino e da memorização e desatualização do ensino para não permitir que conceitos como esse façam parte do cotidiano escolar.
No sentido institucional de acolher por uma Gestão do Cuidado com as crianças violentadas o autor fala que estamos imersos numa temporalidade em que os abandonos parecem sobrepor às acolhidas e as crianças participam dessa experiência de modo mais dramático à medida que não a compreende e que a vive sem o seu consentimento. Há uma pluralidade de práticas que evidenciam como os adultos desistem das crianças, também hoje, e as abandonam a um devir que não lhes cabe ou que lhes chega quando a infância já foi suplantada. Nessas desistências há uma modalidade de abandono que se materializa por meio da possessão da criança pelo adulto, a qual devora a sua singularidade e destrói as possibilidades de diálogo.
Vivemos como se todos os nossos atos requeressem o uso da força, à medida que não fomos educados para compreender e vivenciar a indispensabilidade do diálogo, a sabedoria da escuta e, ainda, para distinguir a graça do cuidado em nossas relações. Constituídos pelas desconfianças com relação ao outro e cimentados pelas certezas aprendidas, não cuidamos de criar espaços para a inclusão das crianças em nosso viver como adultos e, por isso, normalizamos algumas práticas que definimos como adequadas para elas, tais como a obediência incondicional aos nossos mandatos. Certo de nossas escolhas como adultos decidimos sempre o que é um bem para elas, mas quase sempre orientados por nossos interesses individuais, políticos e econômicos. Fomos educados com e nesta cultura, não para convivermos com as diferenças, mas, quando muito, para tolerá-las.
Aos poucos nos acostumamos com os diversos processos de morte que co-criamos por meio da dor e do sofrimento alheio, talvez para não nos defrontarmos com o vazio de sentidos que atravessa a existência cotidiana, ainda que trajada de tempos melhores. As pesquisas recentes afirmam que embora as feridas físicas possam ser tratadas, os ferimentos infligidos a sua mente em desenvolvimento podem nunca cicatrizar de todo. Ainda que nossas explicações tenham sentido para, de algum modo, desordenar o ordenado, ou para justificar aquilo que normatizamos nada pode esconder por inteiro o quanto adultos violentam crianças.
O sistema judiciário e as demais unidades que compõem a rede pública de proteção, por outro lado, encarcerados pela anacrônica burocracia estrutural, não demonstram a competência necessária para programar o acolhimento das denúncias de modo ágil e congruente com as circunstâncias narradas pelos denunciantes, às vezes a própria criança ou adolescente violentados.
Para Heidegger o ato de cuidar se inscreve numa compreensão filosófica e tem significado de cura. O cuidado, para o autor, está entrelaçado ao ser e ao tempo porque o ser humano é o único que pode se inquietar ante os processos que vão constituir o seu futuro e as suas possibilidades. Se o humano toma o cuidado como princípio guia de sua existência, esta será expressão de seu modo de ser-estar em relação com a vida e com o mundo. O princípio ético está vinculado à abertura para reconhecer o outro como legítimo em sua singularidade, como lembra Maturana. O princípio estético remete às práticas institucionais de atenção às crianças violentadas e ganha sua configuração por meio dos discursos que os cuidadores materializam em suas ações favorecendo os processos de subjetivação do grupo em convivência e por fim, o princípio político se constitui numa prática articulada com as demandas e com os conflitos sociais que, cotidianamente, transversalizam as dimensões culturais e históricas da humanidade. Nas violências está a morte do cuidado. Não é possível abraçar uma postura de cuidado, de estímulo ao desenvolvimento integral do outro, especialmente da criança, se tolerarmos qualquer manifestação de violência, principalmente aquelas que ocorrem nos contextos da intimidade, como nos lares, entre pais, mães, filhos, familiares.
Se as instituições não adotarem a gestão do cuidado para com as crianças que sofrem violências, as quais estão legalmente sob a sua proteção, se as suas ações educadoras não promoverem a atenção integral para com elas, seu papel ético-estético é atrofiado e as violências alcançam o status de figuras de desordens, por vezes, irrefreáveis.
Há debates que atualmente faz parte do cenário político e educacional da problematização do tema inclusão/exclusão social com vistas, entre outras coisas, a se propor uma escola que possa convocar e acolher a todos em suas singularidades seja elas psicológicas, sociais, lingüísticas, históricas ou políticas.
As deficiências abordadas como traços de diferença constituem um grupo particular da produção da exclusão, e isso não deve significar que essa exclusão seja subordinada ou inferiorizada em relação a outras exclusões produzidas historicamente. No caso específico daqueles que, em dado momento histórico, foram denominados “deficientes”, caberia ser questionado se, de fato, a deficiência pode ser reduzida ao traço biológico em si mesmo. Para que essa questão possa ser discutida, é necessário inverter aquilo que foi construído como regime de verdade: é necessário compreender o discurso da deficiência, para logo revelar que o objeto desse discurso não é a pessoa que está em uma cadeira de rodas ou o que usa um aparelho auditivo, se não os processos sociais, históricos, econômicos e culturais que regulam e controlam a forma acerca de como são pensados e inventados os corpos e as mentes dos outros. A deficiência não é uma questão biológica e sim uma retórica cultural.
O início do novo milênio nos interpela a pensar nas porções que tiveram que ser deixadas de fora para que os postulados sobre as igualdades pudessem ser engendrados.
A proposta genealógica de Foucault (1998) tem o propósito de fazer reaparecer as narrativas, as vozes, os saberes desqualificados daqueles sobre os quais se fala (dos negros, dos prisioneiros, dos surdos, dos homossexuais, etc), a fim de liberá-los da sujeição das verdades constituídas.
Os valores e as normas praticadas sobre as deficiências formam parte de um discurso historicamente construído, onde a deficiência não é simplesmente um objeto, um fato natural. Este discurso não afeta somente as pessoas com deficiência: regula também as vidas das pessoas consideradas normais. Com o efeito de construções históricas, sociais e políticas, as diferenças se mantêm vivas. Suas existências independem de autorização, da aceitação, do respeito ou da permissão das normas que definem a normalidade.
A escola, seja assumindo o olhar nomalizador, seja negando a diferença pelo discurso de igualdade, ainda continua produzindo o contínuo de sujeitos deficientes - sem deixar espaço para uma análise diferenciada dos processos e dos efeitos das práticas pedagógicas para/sobre cada um deles. Todo e qualquer argumento crítico é rapidamente censurado e considerado politicamente incorreto.Um dos argumentos centrais da idéia de inclusão no sistema regular de educação, é o de maior compromisso do sistema oficial com a educação de todos. O problema é que ainda não estamos conseguindo considerar o Outro através de sua alteridade. Silenciamos a eles para que possamos continuar a falar por eles.

EVANDRO - TAREFA 7

O NEOLIBERALISMO E A PADRONIZAÇÃO DO ENSINO NAS INSTITUIÇÕES
ESCOLARES
Neste texto ao autor fala das relações de poder presente nas escolas, a padronização do ensino que conseqüentemente torna a educação alienadora e ideologica e as trasformações contemporâneas em meio ao sistema neoliberal. Também para demonstrar que essas relações de poder são de fato complexas e que esta doutrina defende o capital e o livre mercado, prega a redução do papel do Estado nas ações sociais, investe no individualismo, estimula o consumismo exacerbado e a competitividade.
Para Apple, a arma essencial é o conhecimento sobre este tipo de relação, porque desta forma a educação neste país não estaria comprometida.
A mcdonaldização das escolas propõem a padronização do ensino, promovendo políticas para a adaptação da força de trabalho à nova realidade econômica a educação e qualificação de mão de obra. Formar cidadão consumistas, individualistas e competitivos para atender as demandas do mercado, e trabalhadores que atendam as exigências do mercado de trabalho.
O neoliberalismo busca uma escola que qualifica o sujeito para o mercado de trabalho, ou seja, que padronize o ensino, numa educação alienadora, a uma determinada linha de pensamento, para que essas pessoas não tenham uma visão crítica da sociedade e uma concepção de mudança de mundo.
O SENTIDO INSTITUCIONAL DE ACOLHER: POR UMA GESTÃO DO CUIDADO COM AS CRIANÇAS VIOLENTADAS
A autora indica a pluralidade de práticas que evidenciam como os adultos desistem das crianças. Nos faz uma reflexão que tem por desejo dialogar com os interessados pela gestão do cuidado nas instituições que recebem as crianças que sofrem violências. Fala sobre as histórias dos abandonos de crianças que nos remete a pensar os modos como a sociedade conviveu e convive ainda hoje com elas. Enfatiza que é nas instituições, por excelência, que a gestão do cuidado encontra um sentido concreto de ações em rede e um significado amplo de política pública. São as instituições que podem inventar um original estilo de coexistência entre adultos e crianças para autorizar a construção de paradigmas de referências educativas.
O DEBATE SOBRE AS DIFERENÇAS E OS CAMINHOS PARA SE (RE)PENSAR A EDUCAÇÃO.
O autor discute as significações simbólicas que tais traços de diferença ganham e que escapam à ordem do tangível, do objetivo ou do real para se inscreverem na ordem do político e do simbólico. É deste tipo de diferença de que se fala e não sobre aquelas da ordem da cor da pele, da expressão fenotípica do caráter sexual ou de outros caracteres biológicos. Basicamente, o autor enfatiza o as idéias criadas com o preconceito contra os deficientes, principalmente os visuais e auditivos, e dos negros. Ele nos propõem refletir sobre o processo de exclusão/inclusão na educação.

MÔNICA - TAREFA 7

A escola deveria ser o local de preparação para o convívio social, levando o cidadão a discutir e refletir sobre sua realidade, reconhecendo assim o que poderia ser melhorado.Na nossa sociedade a instituição escola e desenvolvida com outro objetivo; preparar os indivíduos para um mundo globalizado, competitivo, individualista...., sem dispor aos alunos uma outra opção, desenvolvendo assim um cidadão sem opinião própria e nem bom senso.
Somente com o desenvolvimento de um ser crítico e reflexivo, seria possível a construção de uma sociedade justa e igualitária, sem desigualdades e preconceitos. Estes cidadãos seriam capazes de reivindicar seus direitos perante a uma classe corrupta.

As diferenças fazem parte do nosso cotidiano.Existem grupos de pessoas que são excluídas por se expressarem de uma forma diferente, porém precisam se organizar conforme as pessoas “normais” convivem entre si.
“A DEFICIÊNCIA NÃO É UMA QUESTÃO BIOLÓGICA E SIM UMA RETÓRICA CULTURAL.”(frase retirada do texto)
A deficiência e sempre relatada como um tema que visa a convencer a sociedade que a diferença é uma agressão a organização social.
Faz parte do panorama político e educacional os parâmetros de normalidade entre as pessoas, não respeitando a singularidade e o individualismo de cada um. Precisamos ser ousados para ultrapassar as fronteiras da “normalidade”, procurado construir novas formas de se fazer educação; formas complexas e atualizadas, que abordem e destaquem as características especificas da cada um.

Em muitas situações a criança e considerada um empecilho na vida dos adultos, isto demonstra uma experiência de rejeição vivida pela criança na infância e que reflete em um adulto agressivo, inconformado, revoltado...
Esta situação transforma o adulto em um ser desconfiado, com dificuldade de relacionamento.
Precisamos cuidar do outro , para cuidar da vida. Nosso cotidiano, afazeres e prazeres estão interligados com outro individuo, por isso devemos cultivar relações com cuidado.É na violência que está a morte do cuidado, o descaso com a vida, simboliza a morte.Devemos estar preparados para acalentar uma criança violentada, nos colocar diante de sua dor, para sabermos como agir.
A violência entre adultos e crianças é considerada como qualquer distúrbio emocional causado na criança, perante situações conflitantes, inclusive negligenciar cuidados básicos para sobreviver com dignidade.
Na gestão do cuidado se pressupõe o cuidado com o outro, a preocupação com o seu bem estar emocional.

TAREFA 7 - RESUMO DO GRUPO

O neoliberalismo busca uma escola que qualifica o sujeito para o mercado de trabalho, ou seja, que padronize o ensino, numa educação alienadora, a uma determinada linha de pensamento, para que essas pessoas não tenham uma visão crítica da sociedade e uma concepção de mudança de mundo, preparando-a somente para o mercado de trabalho. O
importante é que educadores tenham conhecimento sobre essa relação de poder, de dominação, de padronização do ensino e da memorização e desatualização do ensino para não permitir que conceitos como esse façam parte do cotidiano escolar.
É interessante observar como retornamos, no presente e com distintas variações cotidianas, a um passado que imprimiu no modo de viver ocidental moderno as condutas características da cultura patriarcal, entre as quais, abandonar o outro quando este é o diferente e não existe no espaço convencional das relações de conviviabilidade. Na gestão do cuidado pressupõe o cuidado com o outro, a preocupação cm seu bem estar emocional.
A autora indica a pluralidade de práticas que evidenciam como os adultos desistem das crianças. Nos faz uma reflexão que tem por desejo dialogar com os interessados pela gestão do cuidado nas instituições que recebem as crianças que sofrem violências. Fala sobre as histórias dos abandonos de crianças que nos remete a pensar os modos como a sociedade conviveu e convive ainda hoje com elas. Enfatiza que é nas instituições, por excelência, que a gestão do cuidado encontra um sentido concreto de ações em rede e um significado amplo de política pública. São as instituições que podem inventar um original estilo de coexistência entre adultos e crianças para autorizar a construção de paradigmas de referências educativas.
Precisamos ser ousados para ultrapassar as fronteiras da “normalidade”, procurado construir novas formas de se fazer educação; formas complexas e atualizadas, que abordem e destaquem as características especificas da cada um.

ALINI :) TAREFA 7 *

O neoliberalismo busca uma escola que qualifica o sujeito para o mercado de trabalho, ou seja, que padronize o ensino, numa educação alienadora, a uma determinada linha de pensamento, para que essas pessoas não tenham uma visão crítica da sociedade e uma concepção de mudança de mundo. Formar cidadãos consumistas, individualistas e competitivos para atender as demandas do mercado, e trabalhadores que atendam as exigências do mercado de trabalho. Escola em que em lugar de aprender “ as causas e as conseqüências”, a maioria das matérias que eles dão são inúteis”, em que o que é ensinado hoje é esquecido logo após a prova, tal qual foi no tempo dos pais, quanto o que foi ensinado “eles não lembram mais”.

Enfim, existe escolas reprodutoras da desigualdade social e alimentadoras do sistema neoliberal, como também escolas que procuram desenvolver em seus alunos uma perspectiva da realidade em que vive. Não devemos conhecer somente os textos, cálculos e as matérias envolvidas para uma formação técnica, mais sim, ter conhecimento do que está a nossa volta, que nos rodeia, como a violência sofrida por crianças todos os dias.

Essa é uma reflexão que tem por desejo dialogar com os interessados pela gestão do cuidado nas instituições que recebem as crianças que sofrem violências.
Quando a mão, arrogante, insiste em possuir o outro, deixa de ser seda para tornar-se garra, fracassando o encontro e abrindo-se passagem à incorporação. A singularidade é devorada. A possibilidade de diálogo desaparece. A ternura é substituída pela violência. Restrepo, 1998.
Todos os dias, enquanto alguns adultos propagam notícias sobre práticas de violências contra crianças, uns escutam, e até se comovem, outros nem mesmo escutam e outros, ainda, acreditam que “sempre foi assim”, por quê se espantar? Entorpecidos pela mecanização das relações, apressados e confusos na luta pela sobrevivência e encurralados pelas premissas individualistas que tomam conta de nosso viver, todos os dias, mediante diferentes mecanismos, com maior ou menor intensidade, cada um de nós produz a banalização da vida. Como adultos criamos para as crianças mundos ampliados de violências, cuja materialização ganha maior visibilidade nos tempos atuais. Milhares delas estão fora das escolas, outras submetidas ao trabalho infantil escravizador, enquanto outras são condenadas às inúmeras práticas de prostituição, exploradas por adultos cujas encarnações violentam sua sexualidade e as deixam desprotegidas na temporalidade de suas infâncias.
Podemos afirmar que há copiosa negligência instituída e que esta fortifica os espaços da vulnerabilidade infantil à medida que favorece as práticas de agressão e espelha, num ciclo vicioso e recorrente, as probabilidades de uma sociedade violenta.
As crianças são educadas por meio de laços afetivos cultivados na relação com os adultos e aprendem com eles, pela convivência, modos de ser em comunidade. A singularidade de cada processo educativo promove a sua transformação e na coexistência com seus educadores poderá conservar ou perder a auto-aceitação e o auto-respeito, condições sociais imprescindíveis para que saiba e pratique a aceitação do outro, respeitando-o como seu semelhante, mas diferente.
A Gestão do Cuidado é um convite à ampliação da base jurídico-normativa que pauta as ações nas unidades de atendimento. É uma chamada à sensibilidade daqueles e daquelas que acolhem estas crianças, todas com necessidades especiais decorrentes dos sofrimentos experimentados. A gestão do cuidado veste-se da ética da qualificação afetiva como substrato para suas ações.
Atualmente faz parte do cenário político e educacional a problematização do tema inclusão/exclusão social com vistas, entre outras coisas, a se propor uma escola que possa convocar e acolher a todos em suas singularidades, sejam elas psicológicas, sociais, lingüísticas, históricas e/ou políticas.
O mundo contemporâneo tem construído, nesse sentido, várias estratégias de regulação e controle da alteridade que, somente no início, podem parecer sutis variações de uma mesma narrativa. Entre elas: a demonização do outro, a sua transformação em sujeito “ausente”, quer dizer, a ausência de diferenças ao se pensar a cultura; a delimitação e limitação das suas perturbações;
um dos argumentos centrais da idéia de inclusão no sistema regular de educação, é o de maior compromisso do sistema oficial com a educação de todos. Porém, é de notar que os estados na maioria dos países do terceiro mundo estão retrocedendo inexoravelmente em relação a essas obrigações. o que devemos analisar é, por uma parte, quais são os argumentos que fundamentam as propostas de inclusão e, por outro lado, qual é a política de significados e as representações que se produzem e reproduzem nessa proposta.

nada possui uma só face, no aparente silêncio do outro também se articulam resistências. E é por efeito delas que ainda estamos aqui a escrever, sem respostas definitivas, sobre a nossa perturbadora deficiência em escutar o que as diferenças têm a nos dizer.

“O que se pode fazer para evitar o relativismo ou o etnocentrismo total é edificar metapontos de vista. Podemos construir mirantes e do alto desses mirantes contemplar o que ocorre. Podemos estabelecer metapontos de vista limitados e frágeis. Pois o conhecimento, seja o sociológico, o antropológico ou qualquer outro, deve buscar um metaponto de vista. É o requisito absoluto que diferencia o modo simples, que acredita alcançar o verdadeiro, que pensa que o conhecimento é reflexo, que não considera necessário conhecer a si mesmo para conhecer ao objeto, e o conhecimento complexo, que necessita a curva do auto-observável (e, agregaria autocrítica) do observador-conceituador sobre si mesmo. Estas são algumas das aquisições, das modificações necessárias para um pensamento complexo”. (Morin, 1996, p. 281)



sábado, 22 de novembro de 2008

PCC Parte 2

Para viabilizar os objetivos propostos não encontramos dificuldades, pois todos os sujeitos envolvidos foram acessíveis, e os locais de fácil acesso. Fomos bem recepcionados, alcançando assim nossos objetivos.
Com relação a participação da comunidade escolar no cotidiano vimos que uma minoria participa ativamente da vida escolar, sendo eles os membros da APP, conselhos em geral e alguns pais ou responsáveis. Observamos com isto que nem todos os estudantes se organizam junto com seus familiares para que haja participação destes na escola. Educadores e gestores se organizam de acordo com as atividades que acontecerão durante o ano letivo.
Sobre a inclusão digital dos sujeitos no espaço das escolas entrevistadas, observamos que esta inclusão é bastante precária quando a escola possui este ambiente, se limitando a uma simples aula de informática por semana, esta voltada aos conhecimentos básicos do computador. Não sendo utilizado para fins pedagógicos.
Visão que os grupos apresentam: Não vemos a escola como um espaço democrático, a gestão democrática escolar ainda é algo a ser conquistado. A escola se organiza de acordo com a comunidade que está inserida: horários, eventos comemorativas. O PPP existe e é bem elaborado e revisado anualmente, porém pouco eficaz, porque não é seguido assim como os PCNs.
Tipos de inclusão e exclusão: Digital, física e mental, social, racial, etc. Para que ocorra o processo ensino-aprendizagem, diante destas diversidades precisa haver a disposição para aprender e ensinar, ou seja, uma dualidade entre professor e aluno.
A liberdade de expressão é garantida dentro de certas regras, espaços e contextos, desde que não venham ferir as regras da escola. Questões como gênero, sexualidade, raça e etnia, são particulares de certas disciplinas.Aa pessoas com necessidades especiais tem seus direitos garantidos em lei, mas dentro do espaço escolar estes estão longe de ser cumpridos, por vários fatores, despreparo dos professores, espaço físico inadequado, inexistência de material adequado a sua deficiência.